Com o fim do prazo estabelecido pela Anvisa para a adaptação das empresas de saúde às novas normas de monitoramento da temperatura durante o transporte de vacinas e medicamentos, a necessidade de conformidade tornou-se ainda mais evidente, especialmente após a pandemia de Covid-19. A Pharmalog SA, uma healthtech de Manaus, estava preparada para esse desafio e recentemente recebeu um investimento de 2,5 milhões de reais da Bertha Capital. Esse capital provém de dois dos fundos da gestora: o Inova VI, cujo principal cotista é a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), e o Inova IX, que inclui o family office de Pedro Moll, acionista e conselheiro da Rede D’or.
A startup já havia levantado capital em uma rodada anterior com o FIP da Positivo em 2020. Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital, destacou a busca por ativos que solucionem problemas recorrentes da indústria brasileira, tanto internamente quanto nas bordas do setor. A Pharmalog se destacou por oferecer uma combinação eficiente de tecnologias que atendem ao setor de logística e ao regulamentado setor farmacêutico.
A operação da Pharmalog inclui soluções proprietárias de hardware e software que monitoram tanto o ambiente de armazenamento quanto os veículos de transporte, coletando dados precisos e em tempo real diretamente das embalagens dos fármacos. A plataforma permite o acompanhamento exato da localização e temperatura de cada medicamento.
A ideia da Pharmalog surgiu a partir das experiências de Rafael Martinelli, um dos cofundadores, que enfrentou desafios ao lidar com reclamações sobre a eficácia de bombas de infusão contínua de quimioterapia importadas. Luiz Renato Hauly, cofundador e CEO da Pharmalog, explica que a descoberta de que o problema estava relacionado à cristalização do composto durante o transporte levou à criação da startup.
Atualmente, a Pharmalog atende grandes distribuidoras como Profarma e Mafra (da Viveo) e busca expandir seu portfólio para incluir as principais indústrias do setor farmacêutico. Segundo a OMS, cerca de 50% das vacinas aplicadas globalmente perdem a eficácia devido a temperaturas inadequadas, e a Anvisa estima um desperdício de R$ 15 bilhões por falta de monitoramento adequado no Brasil.