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24 de outubro de 2022 - Na Mídia

Na vanguarda: CEOs de grandes corporações e gestores de corporate venture capital debatem sobre modalidade de investimento que fomenta inovação

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Impulsionar a inovação e a criação de soluções inteligentes e úteis, nos mais variados setores, e ainda ter retorno financeiro com esta operação. Essa é a ideia por trás do Corporate Venture Capital (CVC), uma modalidade de investimento por meio do qual grandes corporações investem diretamente em startups e empresas inovadoras ou em fundos que realizam a operação. Incentivadora de fundos de investimentos como esses, criados especialmente para acompanhar a “disrupção” tecnológica e a rápida e intensa transformação digital do planeta, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) organiza desde 2015 o Corporate Venture in Brasil (CV in Brasil), realizado em parceria com a Global Corporate Venturing (GCV). A sexta edição do evento ocorrerá nesta semana, nos dias 25 e 26 de outubro, no Hotel Intercontinental, em São Paulo. 

A movimentação do mercado envolvendo esse tipo de negócio nunca esteve tão crescente, não só pela quantidade de novos anúncios públicos de CVCs, mas pela premência do tema. Segundo levantamento realizado pela ApexBrasil, entre 2016 e 2021, houve um salto de 800% no número de corporações investindo dessa forma, passando de 13 para 104. No mundo todo, de acordo com dados do GCV World of Corporate Venturing, em 2013, eram 501 fundos de CVC existentes e, em 2020, esse número havia saltado para 2.206. Em novembro, uma nova atualização da pesquisa brasileira deverá mostrar ascensão ainda maior nos fundos de CVC existentes no Brasil, demonstrando, portanto, a consolidação dessa prática no país. 

“Com o Corporate Venture Capital, que é a junção das lógicas de inovação aberta e Venture Capital, as grandes companhias injetam recursos para fazer com que a inovação cresça e se desenvolva ainda mais rapidamente. O objetivo é garantir que essa inovação, oferecida pelas startups, se torne uma tendência de mercado na forma de produtos ou serviços ou, ainda, traga ganhos de eficiência para operação, reduzindo custos e otimizando processos. Com o Corporate Venture in Brasil, a ApexBrasil, empenhada em atrair investimentos para o país, vem há sete anos conectando players e facilitando a troca de informações e boas práticas envolvendo o capital de grandes empresas “, explica o analista da coordenação de investimentos da ApexBrasil, Jayme Queiroz. 

Ambiente propício
O evento tem como objetivo impulsionar o ambiente para esse tipo de investimento, promover a troca de experiências entre fundos, startups e executivos, e fomentar atividades empreendedoras em companhias brasileiras. A programação do evento e os speakers convidados podem ser acessados aqui. É uma oportunidade para que grandes corporações e empresas investidoras dialoguem com fundos de capital empreendedor em fase de levantamento de recursos, e com empresas e startups inovadoras. Além disso, proporciona o espaço para exposição de melhores práticas e estudos de caso do ecossistema brasileiro de inovação e de investimentos globais em tecnologia. 

Para essa edição, a primeira após a pandemia, a expectativa é de proporcionar um ambiente dinâmico e com sinergias convergentes para o fechamento de negócios. Trata-se de um encontro entre investidores e futuros investidores engajados com a inovação aberta e o empreendedorismo corporativo. No último CV in Brasil, realizado em 2019, houve recorde de audiência, com 457 participantes, e o maior número de reuniões privadas facilitadas: 188 ao todo. O sucesso do evento está relacionado ao aumento exponencial do interesse em iniciativas de Corporate Venture Capital, com anúncio de diversos investimentos no Brasil, alguns direcionados para startups e outros para a formação de fundos de venture capital com teses mais complexas e diversos players envolvidos. 

Um exemplo é o da Oxygea, empresa criada pela Braskem, uma das patrocinadoras do Corporate Venture in Brasil 2022, que irá fomentar o surgimento e desenvolvimento de novas iniciativas voltadas para a sustentabilidade, materiais avançados, economia circular e transformação digital, através da interação com startups no mercado. Serão investidos US$ 150 milhões para o desenvolvimento de novos negócios em até cinco anos. Já a B3 lançou um fundo para investir em startups a fim de atrair inovação e se antecipar a potenciais disrupções do seu negócio. Serão R$ 600 milhões geridos pela L4 Venture Builder, que terá duas estratégias: investir em empresas que tragam inovação ao negócio ‘core’ da Bolsa, ou que complementem seu negócio por operar em segmentos adjacentes, como os mercados de energia, carbono, finanças descentralizadas, tokenização de ativos, soluções para fintechs, neobanks, crowdfunding e pagamentos.

O CV in Brasil também conta com o patrocínio de outras empresas-chave para quem deseja entrar nesse negócio com segurança, como a Valetec Capital, que presta serviços de orientação para iniciar o corporate venturing, e a FM/Derraik, que traz esclarecimentos sobre riscos jurídicos no processo. Sem contar tantos outros investidores e apoiadores do ecossistema de corporate venture capital brasileiro, tais como KPMG, Bertha Capital, EY, EDP Brasil, Torq by Sinqia, Ahead Ventures e outros.

Ascensão e inovação
A rápida disseminação de fundos de CVCs pode ser explicada pelo também acelerado ritmo de inovação em todo o planeta, que é provocado, principalmente, pela transformação digital e por novas tecnologias exponenciais. Para acompanhar esse desenvolvimento, as grandes corporações se veem impelidas a intensificar programas de inovação aberta, sob o risco de suas soluções e produtos se tornarem obsoletos de forma abrupta e percam valor para o mercado e seus clientes. Após o investimento , a regra costuma ser a manutenção de participações minoritárias e a proteção de valor das startups para que ganhem mercado, mas em alguns casos, os stakes minoritários  podem acabar sendo integralmente incorporadas pelas big companies via aquisições.

Deste modo, o ecossistema de inovação mundial, o capital disponível para novos investimentos e a lógica do venture capital, tornaram o investimento em empresas inovadoras uma estratégia para a continuidade de grandes corporações que, a cada dia, têm criado seus próprios fundos para esse propósito. Estudo realizado pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) mostra que 13 empresas que pertencem atualmente ao Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, fundaram CVCs em 2022, contra oito em todo o ano de 2021, o que prova que ainda há muito espaço a ser explorado por grandes corporações que desejam criar esses fundos, principalmente se for uma estratégia de longo prazo. 

Corporate Venture in Brasil
A iniciativa surgiu após a ApexBrasil ter sido procurada por corporate venture capitalists estrangeiros e brasileiros que pediam apoio para identificar empresas e startups inovadoras que poderiam se alinhar às respectivas teses de investimentos. Idealizado pela ApexBrasil em parceria com a Global Corporate Venturing, o CV in Brasil visa ao desenvolvimento da indústria e do ecossistema de venture capital brasileiro por meio da expansão de fundos de CVC no país. Ao longo de cinco edições, mais de 60 corporações internacionais participaram do evento, realizando cerca de 400 reuniões de negócios que geraram aproximadamente US$ 500 milhões em novos investimentos no Brasil. 

ApexBrasil
A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos, apoiando atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira. Em conjunto com a ABVCAP, a ApexBrasil trabalha para atrair investimentos para gestores de private equity e de venture capital e atua diretamente para atrair investimentos e parcerias tecnológicas para empresas inovadoras. Em 2021, a Agência atuou na facilitação de 35 projetos de investimentos, com anúncios de aproximadamente US$ 13,8 bilhões. Deste total, cerca de 40% são de anúncios de investimentos realizados para o setor de Venture Capital e Private Equity (VCPE). 

A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual atua em coordenação com mais de 120 escritórios no mundo (os Setores Comerciais das Embaixadas e Consulados Brasileiros – SECOMs), e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores e entidades de classe.