Esta tese visa identificar oportunidades de investimento em tecnologia para seguros (Insurtechs), com ênfase em regiões emergentes como América Latina. A fragmentação do setor, a baixa penetração de seguros e a digitalização acelerada criam um ambiente fértil para inovação.

1. Distribuição Digital e Acesso Massificado

• Plataformas de distribuição B2C ou B2B2C via apps, marketplaces ou APIs
• Microseguros e seguros embutidos (embedded insurance) em serviços digitais como bancos, e-commerce e apps de mobilidade
• Modelos P2P e cooperativos, aproveitando redes locais e sociais para diluir risco

Por que relevante?

Mercados emergentes têm alta informalidade e baixa cobertura tradicional. A distribuição digital quebra barreiras de acesso e custo.

2. Subscrição Automatizada e Modelos de Risco Alternativos

• Uso de IA e machine learning para underwriting em tempo real
• Modelos alternativos de scoring, usando dados não tradicionais (mobile, social, comportamento)
• Análise geoespacial, climática e de satélite para seguros rurais, agrícolas ou catástrofes

Por que relevante?

A falta de histórico formal de crédito e dados confiáveis exige modelos de risco inovadores e adaptativos.

3. Produtos Personalizados e On-Demand

• Seguros de uso flexível: viagem, celular, saúde por hora ou evento
• Modelos paramétricos, com pagamento automático baseado em eventos (ex: chuva, voo cancelado)
• Coberturas fracionadas para populações subsegmentadas ou gig economy

Por que relevante?

Produtos mais ágeis, acessíveis e específicos respondem melhor às demandas da nova classe média emergente e da economia digital.

4. Gestão de Sinistros e Pós-Venda com Tecnologia

• Automação de sinistros (claims automation) via chatbots, OCR, vídeos e fotos
• Monitoramento proativo e prevenção com sensores IoT, wearables e dispositivos embarcados
• Pagamentos e liquidação com blockchain ou infraestrutura digital

Por que relevante?

Reduz custos, melhora a experiência do cliente e aumenta confiança em regiões com baixa educação financeira ou desconfiança institucional.

5. Infraestrutura para o Setor de Seguros

• Plataformas core-as-a-service para seguradoras locais e novas entrantes
• APIs e camadas middleware para integração com bancos, fintechs, healthtechs
• Ferramentas regulatórias e de compliance (RegTech) adaptadas à legislação local

Por que relevante?

Muitos países emergentes têm seguradoras pequenas e sistemas legados — infraestrutura moderna viabiliza novos modelos.

6. Tendências Transversais e Oportunidades Regionais

• Seguro agrícola e climático com dados remotos (drones, satélites)
• Seguro saúde digitalizado, com triagem via IA e redes privadas de atendimento
• Parcerias com bancos e telcos, especialmente onde o celular é o principal canal financeiro
• Criação de MGAs (Managing General Agents) com foco regional

Por que relevante?

Explorar teses cruzadas com fintech, agtech e healthtech amplia a tese de insurtech e alavanca distribuição em canais já populares.